February 11, 2009

Eutanásia

Volta e meia vem à baila este tema.

Sobre doentes em estado terminal que sofrem, uns falam em valorizar a vida; outros falam em respeitar o desejo de terminar a agonia destes doentes.

Tudo em prol da vida, mas como lembra Marcos Sá (deputado que pretende levar o tema a discussão no próximo congresso do PS) a "vida é linda e a morte faz parte dela".

Actualmente a lei portuguesa condena e penaliza quem pratique eutanásia.
Um homicida para todos os efeitos, com penas que vão de 3 a 5 anos de prisão.
Mas na Europa, no que diz respeito à eutanásia e morte assistida temos 3 países que já legalizaram esta práctica: Bélgica, Luxemburgo e a Holanda. A Suiça mantém uma atitude moderada.

Há quem defenda que o governo devia apostar mais nos cuidados paliativos e investir nessa área de modo a minimizar dores e sofrimentos atrozes dos doentes terminais, ao invés da morte assistida.

Mas acresce ainda a religião. A moral.

E haverá moralidade em obrigar o próximo a sofrer e permanecer em agonia? Será isso justo?
E será justo também sermos nós a decidir ou a ajudar a terminar a vida de outrem? Temos nós esse direito?

A juntar a toda esta panóplia de emoções e pontos de vista, questiono ainda: terão todos os médicos a capacidade de utilizar esta práctica condigna e justamente, caso seja permitida ou legalizada?

No caso mediático mais recente sobre esta práctica - o caso de Eluana Englaro, italiana, que vivia em estado vegetativo há mais de 17 anos - a determinada altura e antes de vir a falecer esta semana (o que gerou uma onda de debates a nível nacional e uma crise institucional no país) o director do jornal italiano "La Reppublica" escreveu:

Aquele pai [de Euluana] está entre a mulher gravemente doente [com um cancro] e uma filha inconsciente há tantos anos que nem se podem contar. Ninguém tem sequer o direito, de fora, de imaginar o seu tormento (...). Entre a mulher e a filha ele mantém a sua família. O que resta, claro. Mas também aquilo que é. Existirá uma família italiana, neste 2009, mais "família" que esta?


1 comment:

  1. Este é sem dúvida um tema pertinente mas delicado. É capaz de suscitar as maiores diferenças de opinião entre a sociedade.

    ReplyDelete