February 27, 2009
Malinhas e eu, por terra
February 26, 2009
February 25, 2009
Malinhas à porta
Seja como for e de que maneira for, sabe muito bem este entorpecer da nossa realidade indo viver outras, comendo do que os outros lá longe comem e vivenciar o que eles vivenciam.
Por momentos, é o merecido descanso do guerreiro.
A deliciosa e eufórica amnésia do nosso presente - bem mais barata e mais saudável que umas meras gramas de coca.
Quem sabe se afinal até funciona?! Isto do viajar, quero eu dizer.
Ora, e com isto os motores começaram a aquecer...
Inté.
February 23, 2009
Segredo
Maria Teresa Horta (n.1937 - )
February 19, 2009
Pfeiffer,... Michelle Pfeiffer
Não obstante, atentem no que alguém tão oportunamente disse e reflictam: "não existem mulheres feias, o que há são mulheres pobres!!"
Ciganos
Ontem, à hora da saída, estava reunido um grupo de ciganos: pais, filhos, primos, tios, vizinhos, sogros,... todos.
Porque é assim que eles funcionam, o que há é para todos.
Seja bem ou mal, o empenho é atroz e não, não arredam pé das suas convicções.
Leis à sua maneira, regras a seu bem parecer e solidariedade inquestionável que mais ninguém no mundo consegue igualar.
Eram para mais de 15, é sempre assim.
Reunidos estavam.
Esperavam. Sossegados, calmos, o que nem sempre é assim.
Deduzi que se tratasse dum parto.
Até mesmo estas sociedades segregadas, estas étnias que se fecham, um dia precisam da sociedade onde parasitam e os cuidados médicos são o primeiro passo.
Regresso hoje ao serviço.
São 08h53 e fora do hospital, no parque estacionamento, passaram a noite.
Cobertores pelo chão com gente ainda dormitando, alguns já a pé cheios de ramelas e desgrunhados. Calmos, sem alaridos, o que nem sempre é assim.
Concluo: passaram aqui a noite.
Por vigilia, amizade, tradição, casmurrice ou seja lá porque razão, não abandonaram o local. É sempre assim.
Dentro do hospital está a pessoa por quem eles esperam, por quem eles aguardam para levar para casa, quiça mais ricos com outro membro. Mais um para ajudar a perpetuar a alma cigana, a mesma que nestes tempos de progresso técnológico e reality shows, não deixam que morram.
À sua maneira. É certo.
February 13, 2009
Sábado do Amor...
O mesmo que devia perpetuar pelos restantes 364 do ano, mas nem sempre é assim e nem com todos chega a ser assim.
Resta-nos o dia obrigatório do São Valentim.
O dia que ajuda a dinamizar a economia do país no comércio de chocolates, bombons, flores, ursinhos de pelúcia, garrafas de champagne, paletes de morangos, lingerie ousada, cartõezinhos cheios de corações e promessas de amor.
Não escapam restaurantes, pensões, motéis, hotéis e quiça as joalharias.
Uma alegria, uma azáfama em prol do Amor e as caixas registadoras a encher.
Numa época de crise como esta, se isto não é coisa de santo, então será o quê! (:
Convém não esquecer o Amor, o tal que faz girar o mundo (apesar da Minelli nos lembrar doutra verdade).
Convém não esquecer de reafirmar sentimentos, revestir e fortificar as relações.
As que valem a pena, valem mesmo e sabe mesmo bem.
Bom trabalho, São Valentim.
February 11, 2009
Eutanásia
Sobre doentes em estado terminal que sofrem, uns falam em valorizar a vida; outros falam em respeitar o desejo de terminar a agonia destes doentes.
Tudo em prol da vida, mas como lembra Marcos Sá (deputado que pretende levar o tema a discussão no próximo congresso do PS) a "vida é linda e a morte faz parte dela".
Actualmente a lei portuguesa condena e penaliza quem pratique eutanásia.
Um homicida para todos os efeitos, com penas que vão de 3 a 5 anos de prisão.
Mas na Europa, no que diz respeito à eutanásia e morte assistida temos 3 países que já legalizaram esta práctica: Bélgica, Luxemburgo e a Holanda. A Suiça mantém uma atitude moderada.
Há quem defenda que o governo devia apostar mais nos cuidados paliativos e investir nessa área de modo a minimizar dores e sofrimentos atrozes dos doentes terminais, ao invés da morte assistida.
Mas acresce ainda a religião. A moral.
E haverá moralidade em obrigar o próximo a sofrer e permanecer em agonia? Será isso justo?
E será justo também sermos nós a decidir ou a ajudar a terminar a vida de outrem? Temos nós esse direito?
A juntar a toda esta panóplia de emoções e pontos de vista, questiono ainda: terão todos os médicos a capacidade de utilizar esta práctica condigna e justamente, caso seja permitida ou legalizada?
No caso mediático mais recente sobre esta práctica - o caso de Eluana Englaro, italiana, que vivia em estado vegetativo há mais de 17 anos - a determinada altura e antes de vir a falecer esta semana (o que gerou uma onda de debates a nível nacional e uma crise institucional no país) o director do jornal italiano "La Reppublica" escreveu:
Aquele pai [de Euluana] está entre a mulher gravemente doente [com um cancro] e uma filha inconsciente há tantos anos que nem se podem contar. Ninguém tem sequer o direito, de fora, de imaginar o seu tormento (...). Entre a mulher e a filha ele mantém a sua família. O que resta, claro. Mas também aquilo que é. Existirá uma família italiana, neste 2009, mais "família" que esta?
February 04, 2009
We will allways have Paris!
Jogadores, nazis, membros da Resistência, todos se encontram no Rick's Café, o hotspot da cidade - ponto de saída da Europa para quem quer fugir da guerra.
Um amor dilacerado em Paris, reavivado em Casablanca, impossivel de continuar.
Envolvente, com algum suspense, é no lado romântico que este filme desperta as emoções mais fortes.
A canção romântica que Armstrong interpreta, quem não conhece?
Play it, Sam! É como Ilsa diz no filme. E acontece:
You must remember this
A kiss is just a kiss,
a sigh is just a sigh.
The fundamental things apply
As time goes by.
And when two lovers woo
They still say, "I love you."
On that you can rely
No matter what the future brings
As time goes by.
E um bom filme tem isto mesmo, uma panóplia de frases inesquecíveis.
O desfecho cúmplice entre dois homens rivais. A imagem afasta-se, os dois seguem caminho e Rick diz:
I believe this is the begining of a beautiful friendship.
FIM
February 03, 2009
LIDO
Ardeu.
Abandonado faz uns 10 anos, acabou por arder esta madrugada.
Foi o fim de um dos primeiros espaços de culto da cidade da Amadora.
Antes de ser centro comercial era apenas cinema.
Foi lá que vi os meus primeiros filmes e me recordo muito claramente do "A Música no Coração".
Foi um dia em cheio, com direito a lanche e passeio no jardim depois do filme. Fui com a minha mãe, a minha avó e duas vizinhas lá da rua. Uma pandega.
Saudades, porque momentos destes poucos mais houve e só me recordo já em adolescente de ir ver o "Império Contra Ataca".
Apaixonada pelo Luke Skywalker, regressei à escola para em uníssono com as restantes colegas coleccionarmos os posters e recortes de revistas onde o Lucas aparecia.
E o Lido virou centro comercial, e depois discoteca, onde ainda fui a umas 2 ou 3 matinées dançar. Chamava-se dancetaria Lido.
Depois começou a decadência, lojas a fecharem, o cinema a deixar de funcionar e apenas o bar e a discoteca ficaram ainda durante uns tempos.
Rumos que o lado escuro da noite trouxe ao lugar, acabou por ser fechada também a discoteca e assim ficou até ontem o fogo lavrar o espaço e deixá-lo em cinzas e paredes em risco de derrocada.
Tal como em determinada época com o Lido, tantos outros espaços que nos foram queridos e que trazem boas memórias acabam por findar.... como tudo na vida que nos é querido... pelo menos na minha.