August 30, 2010

Momento para...

Vinicius de Moraes em Soneto de Fidelidade

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto

Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa lhe dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure



August 16, 2010

O melhor de... Caetano Veloso

Tarefa hercúlea encontrar o melhor deste senhor como de muitas outras bandas, mas... sim... é esta!

Momento para...

José Saramago em Cadernos de Lanzarote

(...) Quantas vezes sucede que não prestamos atenção suficiente não só ao tempo que passa, mas às pessoas que este nos vai trazendo e depois levando, deixando-nos, frequentemente, o sabor amargo das ocasiões perdidas.


August 13, 2010

O melhor de... Frankie Goes To Hollywood

The Power Of Love

Eu quero ser um GNR


Assim cantavam os G.N.R Grupo Novo Rock, faz uns anos jeitosos.

Mas cantar foi o que eu hoje não fiz, dadas as circunstâncias de furto, assalto, arrombamento, invasão de propriedade alheia, roubo, etc, etc.
Passei a manhã na GNR. Debitei o acontecido, o encontrado e o não desejado.

De tarde veio a Judiciária a casa para apurar os factos, para as fotos, para o arquivo de tudo, afinal de contas.

Trabalho de profissionais, assim diziam eles enquanto espalhavam pózinhos multicolores conforme a peça de mobiliário, tecido ou loiça que estivesse intacta e principalmente a que não estivesse.

Parecia um filme, CSI no seu melhor, aliás mais perfeito ainda porque ao vivo, assim de máscaras, luvas e a inalarmos pózinhos, teve muito mais piada e emoção.
Como se de emoção não houvesse q.b.

É duro, os nossos pais de rastos, inseguros, desfalecidos de verem mexidas, partidas e roubadas as suas coisas, os seus pertences duma vida e até da dos seus antepassados que com carinho guardavam.

É duro sentir revolta, insegurança, nojo e desespero pois já é a segunda vez que acontece, só que desta feita "por profissionais".

É duro resolver tudo dentro da cabeça aos 80 anos quando só se quer sossego, paz e lucidez para não trocar os remédios ao longo do dia.

Gostava de ser um GNR, para poder chafurdar a fundo a investigação, as impressões digitais, as feiras e mercados paralelos onde estes parasitas fossem vender as alfaias agrícolas, as rendas de gerações, o espólio de uma vida.

Gostava de ser um GNR para ser eu a prendê-los, ser eu a não lhes proteger a cabeça ao entrarem para o jeep, ser eu a lhes oferecer uma valente coça nos esconsos da prisão antes de lhes ser lida em tribunal a sentença de prisão perpétua.

Mas não é assim que funciona e, ao fim ao cabo, ainda bem.

O melhor da... lindíssima Katie Melua

Bom fim de semana!




Nicholas Cage

August 06, 2010

Coisas de WC




As obras da casa-de-banho cá em casa terminaram!! YYYeeeeehhhhh!!

Não foram 3 séculos como as de Santa Engrácia, mas foram 3 meses - grande recorde.


A WC, essa, é normalíssima, não obstante ganhou um estatuto especial à conta.

Palminhas, um pesadelo a menos!

O melhor de... Chris Isaak

August 05, 2010

Meu mundo em... cacos




Quem está perto de mim, sabe de cor a saga de eventos ditos radicais ao coração a que tenho (sobre)vivido este ano.

Hoje pela manhã, tendo a WC (finalmente!) praticamente pronta, pûs mãos à obra com as profundas limpezas. Aquele pózinho irritante do corte dos azulejos e demais sujidade que esta coisa das obras em casa faz.

Cheguei à cozinha, departamento do lar com mais tralha pequena.
Sim, a cozinha porque o resto da casa já a despi de espólio que afinal só serve para acumular mais pó e dificultar a árdua tarefa de o limpar.

Pois que na cozinha existe uma real prateleira, que alberga vários, muitos potinhos de areias que fui recolhendo por esses pontos do planeta fora.

Por razões que a própria razão desconhece, a prateleira virou-se e os potinhos com as areias do mundo pespegaram-se pelo chão fora, caindo em magotes uns atrás dos outros, em estrondo, qual casamento grego.

Foi grega que me vi para limpar os meus pedacinhos de mundo. O meu mundo ali todo feito em... cacos!

Mas não o meu coração e é isso que me incomoda. Não passou de lixo a recolher e passar à limpeza da prateleira seguinte.

A avaliar pela celulite que me assalta, tenho a prova viva e grudada de que não estou a tornar-me calhau; mas que estou fascinada comigo própria, estou.