January 16, 2009

Cabeleireiro





Até me dói a alma cada vez que tenho de ir ao cabeleireiro.

Que pena a sociedade não nos deixar andar com o buço apurado; os pêlos antimicróbios nas verilhas, axilas e nas pernas; as sobrancelhas desgrenhadas e os cabelos cortados às três pancadas.

Gastam-se horrores de dinheiro.

Nunca se sai de lá feliz.

Nunca ficamos perfeitas, há sempre um senão cada vez que nos olhamos ao espelho.

Achamos sempre que aquelas madeixas da vizinha de cima ficaram bem melhor que as nossas.

Coisas de gajas, não importa estrato social, poder económico, camada de rugas ou número de operações plásticas em cima.

A culpa é toda nossa.

Não fora esta treta da caça ao homem, do seduzir o macho para copular, fazer crias e garantir segurança do ninho, nada disto era preciso.

Se bem que até quem não precisa caçar, tem de lá ir sob pena de atentado ao pudor público e nos rotularem de espécimes estranhos quiça aliens dum planeta a segregar.

Cabeleireiro pois então, mais logo e menos (muitos) euros!

No comments:

Post a Comment