August 13, 2010

Eu quero ser um GNR


Assim cantavam os G.N.R Grupo Novo Rock, faz uns anos jeitosos.

Mas cantar foi o que eu hoje não fiz, dadas as circunstâncias de furto, assalto, arrombamento, invasão de propriedade alheia, roubo, etc, etc.
Passei a manhã na GNR. Debitei o acontecido, o encontrado e o não desejado.

De tarde veio a Judiciária a casa para apurar os factos, para as fotos, para o arquivo de tudo, afinal de contas.

Trabalho de profissionais, assim diziam eles enquanto espalhavam pózinhos multicolores conforme a peça de mobiliário, tecido ou loiça que estivesse intacta e principalmente a que não estivesse.

Parecia um filme, CSI no seu melhor, aliás mais perfeito ainda porque ao vivo, assim de máscaras, luvas e a inalarmos pózinhos, teve muito mais piada e emoção.
Como se de emoção não houvesse q.b.

É duro, os nossos pais de rastos, inseguros, desfalecidos de verem mexidas, partidas e roubadas as suas coisas, os seus pertences duma vida e até da dos seus antepassados que com carinho guardavam.

É duro sentir revolta, insegurança, nojo e desespero pois já é a segunda vez que acontece, só que desta feita "por profissionais".

É duro resolver tudo dentro da cabeça aos 80 anos quando só se quer sossego, paz e lucidez para não trocar os remédios ao longo do dia.

Gostava de ser um GNR, para poder chafurdar a fundo a investigação, as impressões digitais, as feiras e mercados paralelos onde estes parasitas fossem vender as alfaias agrícolas, as rendas de gerações, o espólio de uma vida.

Gostava de ser um GNR para ser eu a prendê-los, ser eu a não lhes proteger a cabeça ao entrarem para o jeep, ser eu a lhes oferecer uma valente coça nos esconsos da prisão antes de lhes ser lida em tribunal a sentença de prisão perpétua.

Mas não é assim que funciona e, ao fim ao cabo, ainda bem.

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