Nunca perco a noção de que a minha casa tem telhados de vidro, mas vivendo em sociedade permito a mim própria observar, questionar, julgar e até condenar outrem, sem nunca perder a noção de que a minha casa tem telhados de vidro.
Contudo, ele ainda existe com cada coisa que me enche de pasmo.
Todos os dias da semana levo o meu filho à escola de manhã.
O mesmo se passa com centenas de outros pais.
Normalmente, e no que aquela diz respeito, a maioria dos pais leva os miúdos de carro. Tal como eu.
Estaciono, não bloqueio ninguém da vizinhança, saio, ajudo o miúdo com a mochila (que pesam quilos!) e com ele subo as escadas até abrirem a porta e ele entrar, ficando entregue à empregada da escola.
Melhor ou pior, mais rápido ou menos, com mais stress ou menos, com carinho q.b ou pouco, mas todos fazemos o mesmo, excepto uma mãe que todos os dias faz outro mesmo.
A senhora pára o seu monovolume, o miúdo sai sózinho, esboça um adeus com o braço à mãe e a senhora arranca antes mesmo do miúdo sair para o passeio e fecha o vidro automatico traseiro pelo caminho.
Por norma 10 minutos mais tarde encontro a senhora refastelada na pastelaria em frente à estação a tomar o seu café da manhã com uma torrada ou um croissant e lendo as primeiras do dia.
... prioridades que me dão pasmo.
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